Secretário de Segurança é afastado do cargo e será monitorado por tornozeleira eletrônica
Será aplicada ainda a instalação de tornozeleira eletrônica e o cumprimento de busca e apreensão nas dependências da Secretaria de Estado de Segurança Pública. A assessoria de Comunicação do Poder Judiciário confirmou a informação. Os pedidos foram apresentados por Ana Cristina Feldner, autoridade policial responsável pela condução das investigações no Inquérito Policial sobre os grampos. Parecer do Ministério Público foi contra o requerimento. Porém, Perri escolheu por considerar substâncias colhidas no inquérito. “Há indícios firmes e convincentes de que o representado vem se valendo do cargo público exercido para prática de diversos delitos”, afirmou o desembargador. Conforme os autos, Rogers vem cometendo diversas ilicitudes para barrar as investigações. O secretário afastado mandou investigar por conta própria conduta da delegada de polícia Alana Derlene Sousa Cardoso, que, em tese, teve envolvimento em suposto grampo ilegal. Rogers Jarbas tentou investigar ainda o seu antecessor, o promotor de Justiça Mauro Zaque de Jesus, autoridade que trouxe à tona a existência do grupo criminoso formado para prática de escutas telefônicas clandestinas. “Fora o fato de o representado, em tese, não ostentar competência para investigar a conduta dos delegados de polícia, haja vista que, em princípio, a apuração deveria partir do órgão correicional da polícia judiciária civil, verificou-se, ainda, várias irregularidades relacionadas à inquirição da delegada de polícia Alana Derlene Sousa Cardoso”, afirmam os autos. “A partir do momento em que o Secretário de Estado se vale do cargo para beneficiar A ou B, inclusive, passando por cima de outras autoridades regularmente investidas – configurando, assim, em tese, a prática de atos delituosos –, passa a ser inadmissível e intolerável tal conduta”. O secretário de Segurança afastado teria, conforme os autos, repassado documentos sigilosos do inquérito policial ao governador Pedro Taques e ao ex secretário de Casa Civil, Paulo Taques. “Portanto, não resta a menor dúvida de que o representado, valendo-se do cargo ocupado, vem agindo de maneira incisiva e direta no sentido de beneficiar seus aliados, determinando o fornecimento de documentos até então sigilosos, em detrimento das investigações levadas a efeito pelas autoridades policiais”. Outro lado O governo de Mato Grosso vai se manifestar por nota oficial no decorrer da tarde desta quarta-feira (21).