Interventor militar do Rio de Janeiro (RJ) coordenou segurança na Olimpíada e ação em crise no Espír
- Luis Adorno
- 17 de fev. de 2018
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O homem que estará à frente da segurança pública do Rio de Janeiro (RJ), o general Walter Souza Braga Netto, anunciado nesta sexta-feira (16/02) como o interventor federal no Estado, é considerado um nome forte de liderança dentro do Exército.
Natural de Belo Horizonte (MG) e integrante do Comando Militar do Leste (CML), no Rio de Janeiro (RJ), esteve à frente de duas ações militares de segurança nacional, entre 2016 e 2017: Olimpíada e crise de segurança no Espírito Santo (ES).
Em 2016, durante a Olimpíada do Rio de Janeiro (RJ), foi nomeado um dos comandantes da segurança, atuando como coordenador-geral da Assessoria Especial para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Comando Militar do Leste (CML).
Em fevereiro do ano passado, quando parentes de policiais militares do Espírito Santo (ES) acamparam em frente aos batalhões, impedindo a saída dos agentes de segurança, em protesto por melhores condições de trabalho, o Estado viveu uma crise na segurança pública, com aumento nos índices locais de criminalidade.
Braga Netto novamente foi uma das lideranças que integrou a ação que envolveu as Forças Armadas. Com ele à frente, foi realizado um esforço na segurança em municípios do Estado, após análises estatísticas, com apoio do Ministério da Defesa, de onde estava começando a destoar o número de crimes.
Ao longo de sua carreira, o general comandou o 1º Regimento de Carros de Combate e foi chefe do Estado-Maior da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada e do Comando Militar do Oeste. Antes do Comando Militar do Leste (CML), Braga Netto foi comandante da 1ª Região Militar.
Braga Netto tem 23 condecorações nacionais e 4 estrangeiras, segundo informações publicadas no Portal do Ministério da Defesa. O general assumiu o Comando Militar do Leste (CML) em setembro de 2016, quando substituiu o general Fernando Azevedo e Silva.
No Comando Militar do Leste (CML), ele coordena e executa as atividades e logísticas do Exército no Rio de Janeiro (RJ), em Minas Gerais (MG) e no Espírito Santo (ES). Ao todo, são cerca de 50 mil militares, o que representa 24% do efetivo da força terrestre.
Em nota, o Comando Militar do Leste (CML) informou que o general Braga Netto foi convocado pelo comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, para uma reunião em Brasília na manhã desta sexta-feira (16/02).
DECISÃO TOMADA NA MADRUGADA
O presidente Michel Temer (PMDB) decidiu decretar intervenção na Segurança Pública do Rio de Janeiro (RJ) na madrugada desta sexta-feira (16/02/2018), após reunião feita com os ministros da Defesa, Raul Jungmann, do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, da Fazenda, Henrique Meirelles, do Planejamento, Dyogo Oliveira, e da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, na noite de quinta-feira (15/02/2018).
O encontro contou ainda com a participação do governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, e dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB/CE). Os últimos detalhes do texto do decreto devem ser definidos nesta sexta-feira (16/02/2018).
Com a decisão, as Forças Armadas assumirão as atividades de segurança do Estado. Na prática, o Rio de Janeiro (RJ) terá dois governadores, sendo que o general Braga Netto será responsável pela segurança no Estado. A ideia do governo é que a ação dure até dezembro deste ano. É necessária a aprovação do decreto pelo Congresso Nacional em um prazo de dez dias, conforme a Constituição Federal.
É a primeira intervenção do tipo desde a aprovação da Constituição de 1988.
Por: Luis Adorno