Os carregamentos de combustíveis nas bases de distribuição do Brasil tiveram uma melhora acentuada no décimo dia de paralisação dos caminhoneiros, com o movimento perdendo força após medidas para redução do preço do diesel e atuação policial nos bloqueios, na avaliação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Contudo, segundo o diretor da ANP Aurélio Amaral, ainda há locais com problemas no fornecimento que só voltarão à normalidade na semana que vem.
O diretor da ANP destacou que ainda há pontos de bloqueio em estradas e bases de distribuição que afetam o fornecimento em São Paulo, Goiás, Piauí, Pernambuco, Santa Catarina e Roraima.
"De uma maneira geral, o que vemos é uma melhora acentuada no abastecimento. Até o fim do dia de ontem carregamos 50 por cento das cargas na base de distribuição, contra 13 por cento na segunda-feira", disse ele à Reuters.
À medida que o tempo for passando e a greve se dissipando, esses percentuais tendem a aumentar e se aproximar da normalidade, segundo ele.
"Ainda há lugares ruins como nesses Estados, mas agora vão espaçando os lugares e melhorando aos poucos", frisou.
Mesmo com a greve dos petroleiros iniciada nesta quarta-feira, o diretor da ANP estima que na semana que vem a distribuição e o fornecimento de combustíveis estarão normalizados, na maior parte do Brasil.
"No início da semana que vem em alguns lugares deve normalizar, mas em outros pode demorar um pouco mais", avaliou. "Quem tiver uma logística melhor, vai resolver mais rápido."
Em alguns aeroportos do país ainda há escassez de combustíveis, mas o diretor revelou que houve entregas de cargas na noite de terça-feira.
Com menos bloqueios nas estradas, algumas indústrias de carnes estão retomando as atividades nesta quarta-feira, em um primeiro sinal de que empresas do agronegócio fortemente afetadas pelas paralisações estão retornando à normalidade.
GREVE
Nas instalações da Petrobras, há pontos de protestos de petroleiros em São Paulo, Espírito Santos e Rio de Janeiro.
No Rio, há piquetes na porta da Refinaria Duque de Caxias, unidades da Transpetro e termelétricas. Os manifestantes tentam evitar a troca de turno dos funcionários.
Fonte: Reuters