Iniciativa de Município voltada à coleta do lixo gera renda, conscientiza população e elimina casos
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) tem publicado ao longo desta semana uma série de iniciativas inovadoras voltadas à sustentabilidade e à conscientização sobre a redução do lixo produzido nas cidades. A temática faz parte da campanha Municípios Lixo Zero – Um desafio de todos.
A cidade paulista de Santa Cruz da Esperança é uma das que tem contribuído com esse objetivo. A prefeitura desenvolveu o Projeto Moeda Verde, que orientou a população sobre a forma mais adequada de destinação do lixo, gerou renda e reduziu o número de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
O projeto do Município de Santa Cruz da Esperança foi um dos finalistas do Prêmio Municiência, promovido pela CNM. A iniciativa consiste em incentivar e motivar a população para as ações de coleta seletiva, reduzir a quantidade de resíduos encaminhados para o aterro sanitário, diminuir os possíveis criadouros de Aedes Aegypti em domicílios e terrenos baldios, bem como desenvolver ações de impacto socioambiental. Além disso, a ação visa fortalecer a economia local.
“É um projeto multidisciplinar que acaba atendendo de uma forma bem ampla todos os setores do Município. A iniciativa é extremamente autos-sustentável e não há prejuízo para a prefeitura e nem para os cofres públicos”, disse o prefeito da cidade, Dimar de Brito.
O gestor deu outros detalhes de como a iniciativa funciona na prática. “O cidadão junta na sua casa o material reciclável (papel, latinha). Nós pesamos esse material e pagamos com uma moeda que é de circulação local. De posse dessa moeda, as pessoas conseguem comprar produtos em estabelecimentos comerciais como, por exemplo, farmácia e padaria. O comércio junta todas essas moedas verdes das pessoas e emite uma Nota Fiscal da venda desses produtos provando para a prefeitura aquele valor total de moedas verdes que o comerciante juntou com as vendas ao longo do mês”, explicou.
Benefícios
O prefeito destacou que os cidadãos abraçaram o projeto na cidade. Antes da iniciativa, a população não tinha consciência da importância da coleta seletiva e não existiam ações de impacto socioambiental. A prefeitura também tinha custos com a retirada de grande quantidade de entulhos e resíduos acumulados nas residências e terrenos baldios e o Município sofria com a desorganização da cadeia da reciclagem.
Para o gestor, as mudanças foram significativas após a implementação do Projeto Moeda Verde, inclusive com a eliminação, nos últimos dois anos, de casos de dengue na cidade.
“Hoje temos uma cidade extremamente limpa. Acabamos com os criadouros de dengue e outras doenças transmitidas pelo mosquito. O aterro sanitário é nosso e está licenciado. Deixamos de receber cerca de 40% do volume do material que antes era depositado, ampliando a vida útil do aterro por vários anos. Trouxemos também um avanço para o comerciante em razão da injeção de recursos no mercado e o cidadão também conseguiu uma renda extra. Todos ganharam”, destacou o prefeito.