Andar a pé é a forma mais democrática de se locomover. É o meio de transporte mais antigo e o mais recorrente em todo o mundo e não tem custo nenhum além de algumas calorias.
É preciso uma injeção de ânimo para que os pedestres retornem às ruas. A qualidade das calçadas pode ser potencializada, não apenas para atrair mais pedestres, mas também para tornar-se um espaço agradável, onde as pessoas querem estar e conviver.
Esses lugares existem. Calçadas vivas são vistas em muitas cidades do Brasil e do mundo que tornaram o transporte a pé uma prioridade. Em vez de apenas pavimentar uma reduzida faixa ao longo de suntuosas avenidas dominadas pelos automóveis, estas cidades decidiram enriquecer ainda mais o espaço, privilegiando o convívio entre as pessoas.
Calçadas são construídas a partir de oito princípios, complementares e interligados. Juntos eles não apenas qualificam uma calçada adequada, mas direcionam para o desenvolvimento de cidades ativas e saudáveis.
Conheça os oito princípios da calçada:
01. Dimensionamento adequado
A calçada é composta por uma faixa livre, onde transitam os pedestres, uma faixa de serviço, onde está alocado o mobiliário urbano – como bancos e lixeiras – e uma faixa de transição, onde se dá o acesso às edificações. Ter conhecimento desses componentes facilita o dimensionamento adequado das calçadas.
02. Superfície Qualificada
Regular, firme, estável e antiderrapante. Essas são as características básicas do pavimento da calçada. Para assegurá-las, é necessário estar atento ao processo construtivo e à qualidade da mão-de-obra, não apenas ao projeto.
03. Drenagem de Água eficiente
Além do concreto permeável que pode ser utilizado na construção de calçadas, há ainda um 'novo sistema de escoamento de águas': Os Jardins de Chuva.
Afinal Calçadas que acumulam água tornam-se inúteis para os pedestres, que acabam desviando sua rota pelo leito dos carros, arriscando a sua segurança.
04. Acessibilidade Universal
A calçada, como espaço público, deve ser acessível a pessoas com diferentes características antropométricas e sensoriais: desde pessoas com restrição de mobilidade, como usuários de cadeira de rodas e idosos, até pessoas com necessidades especiais passageiras, como um usuário ocasional de muletas ou uma mulher grávida. Listar essas características é uma boa forma de refletir sobre como atender às necessidades de todos os pedestres.
05. Conexões Seguras
O caminho percorrido pelos pedestres envolve pontos de transição com elementos urbanísticos, como vias dedicadas aos veículos e pontos de parada do transporte coletivo. É importante que as conexões entre esses elementos sejam acessíveis e seguras.
06.Calçada pavimentada e sombreada
Ao caminhar nas ruas, os pedestres entram em contato com o ambiente urbano. As calçadas podem desempenhar um papel importante para tornar essa experiência mais agradável. Cativar as pessoas para que se locomovam a pé é uma forma de incentivar o exercício físico e diminuir os congestionamentos nas cidades.
07. Segurança
As calçadas estão a disposição de todo o público, 24h por dia. De Segunda a Segunda. porém em determinados lugares, dias e horários, diversas localidades tendem a ser evitadas. Além de se orientar para que todos estejam sempre vigilantes, é imprescindível que haja Iluminação pública.
08. Sinalizações e indicações Coerentes
Outro fato que influencia na mobilidade é a sinalização (Mapa) de Ruas, Praças, Pontos de referência, que podem ser posicionados de forma estratégica, em praças, Academias ao ar livre ou próximo a bibliotecas, Restaurantes populares, etc.
É imprescindível também que haja 'mapa de referência em Pontos de ônibus. Seja, com um 'panorama' da cidade, ou do Bairro onde o mapa de referência, está localizado. Indicando sempre, óbvio, o nome do Bairro/Módulo/ Horário de ónibus e destinos, bem como Telefone úteis à População.
Todo município deve 'estabelecer' diretrizes para Construção Padronizada de Calçadas, tendo visto que a 'responsabilidade' do cuidados com as calçadas é atribuída à Comerciantes (donos de estabelecimentos comerciais) e a Proprietários de Imóveis Domiciliares.
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL - Conselho de Arquiterura e Urbanismo de Rondônia
Fonte: ArchDaily Brasil – Via TheCityFix Brasil. | Com redação do Jornal A Folha do Vale