Óleo sintético ou mineral: qual a diferença e os impactos no motor?
O lubrificante do motor é extremamente importante para a durabilidade de suas peças, seu melhor rendimento e funcionamento suave — de acordo com os parâmetros de fábrica. Mas é preciso usar o produto mais adequado para cada modelo de carro. Para isso, primeiramente, deve-se decidir pelo óleo sintético ou mineral.
Apesar de ambos serem produzidos pelos mesmos fabricantes e terem algumas características em comum, diferenciam-se em pontos importantes que os tornam mais convenientes e recomendados para certos tipos de motores e de uso do veículo.
O que significa um óleo ser mineral ou sintético?
Não é segredo que cada modelo de veículo tem especificações diferentes para o lubrificante que deve ser usado em seu motor. Basta ir a uma loja de produtos automotivos para ver a variedade de óleos disponíveis.
Mesmo motores iguais podem ter que usar óleos diferentes. Isso ocorre porque cada projeto de automóvel tem parâmetros próprios de desempenho. Assim, questões como aerodinâmica, distância entre eixos, tamanho das rodas, características dos sistemas elétrico, de exaustão e de arrefecimento, e de componentes como bombas, filtros, velas e cabos, influenciam no seu funcionamento.
Por isso, ao projetarem um veículo, os engenheiros testam e escolhem um lubrificante que tenha as especificações ideais para manter o motor e outras peças mecânicas protegidas. Essa opção leva em consideração uma série de fatores, como a viscosidade, as temperaturas de trabalho, as capacidades de limpeza e de refrigeração, a durabilidade e o custo-benefício como um todo.
Portanto, ao optarem por um tipo de óleo, os engenheiros responsáveis determinam, também, qual é o tipo mais adequado para aquele veículo, se um sintético ou um mineral.
Óleo lubrificante mineral
Os lubrificantes minerais, ou de base mineral, são compostos por óleos derivados de petróleo. Por serem naturais, sua estrutura molecular é irregular, por conta da própria formação da matéria-prima, que é desigual.
Assim, esses óleos têm propriedades diferentes e divergem em qualidade, viscosidade, durabilidade e temperatura de ignição, por exemplo. Por isso, para que um lubrificante mineral seja viável e chegue nas características desejadas, é feita uma mistura desses óleos com aditivos, que fazem com que sua estrutura se torne mais uniforme.
O grande problema é que esses aditivos têm vida útil reduzida, perdendo suas propriedades, o que torna o lubrificante mineral menos durável. Porém, por ser derivado do petróleo e ter um processo de fabricação mais simples, seu preço é mais barato.
Óleo lubrificante sintético
Os lubrificantes sintéticos são produtos criados por meio de reações químicas que os moldam até alcançarem as características desejadas. Por serem produzidos por fórmulas e em ambientes controlados, têm uma estrutura molecular homogênea e, por conta disso, são mais estáveis e têm maior durabilidade.
Entretanto, devido ao seu processo de industrialização mais complexo, é um produto mais caro. Aos óleos sintéticos também são acrescidos aditivos, que auxiliam na limpeza do motor e na manutenção de suas especificações, independentemente das condições de uso.
Há, ainda, um terceiro tipo de lubrificante, intermediário, que mistura óleos básicos sintéticos e minerais, mais os aditivos, para conseguir um produto com boa durabilidade e estabilidade, mas que não seja muito caro. São os chamados semissintéticos.
Deu para perceber que há diferenças entre lubrificantes minerais e sintéticos. Mas se perguntarem a você qual dos dois é o melhor, qual seria sua resposta? Para ajudar, trataremos dessa questão no tópico seguinte.
Qual é melhor: óleo sintético ou mineral?
Em um primeiro momento, poderíamos dizer que os óleos sintéticos, por serem mais homogêneos e terem um controle maior na sua fabricação, são melhores. Essa afirmação poderia ser confirmada, inclusive, pelo fato de serem os mais utilizados em carros mais modernos e com motores de maior rendimento, além de terem vida útil maior.
No entanto, a verdade é que o melhor só pode ser apontado em relação a um caso específico. Ou seja, diversos fatores precisam ser analisados para dizer qual é o mais indicado para lubrificar um motor.
Afinal, não é interessante indicar para um motorista um óleo de qualidade abaixo da que seu carro necessita. Porém, também não é adequado recomendar um lubrificante mais caro, com caraterísticas acima das que serão utilizadas.
Assim, para poder dizer se o melhor óleo para determinado veículo é mineral, sintético ou semissintético, é preciso saber se ele é utilizado em condições severas (como trânsito constante, poluição, estradas de terra ou pouca rodagem), se a idade e a quilometragem do motor já são altas e quais foram os tipos utilizados nas últimas trocas de lubrificante.
Tendo essas informações, é preciso saber que os óleos sintéticos são mais indicados, via de regra, para automóveis usados em condições severas, que rodam muito, com motores mais potentes ou, ainda, para aqueles que já vêm utilizando produtos desse tipo há algum tempo. Dessa forma, o gasto a mais é compensado pelo aumento do intervalo entre trocas e pela maior proteção ao motor.
Já para os carros mais antigos, que rodam pouco, trabalham em rotações baixas (como os modelos populares) ou que têm um longo histórico de uso de óleos minerais, não é interessante trocar por um sintético ou semissintético.
Isso porque as impurezas dos lubrificantes antigos podem ser deslocadas com muita velocidade pelos aditivos dos óleos novos, indo parar na bomba ou em algum veio do motor, entupindo sua passagem.
Em qualquer um dos casos, porém, não é recomendado misturar lubrificantes de tipos nem de fabricantes diferentes, pois os aditivos usados por cada empresa têm composições químicas diversas, podendo um anular o outro.
Qual lubrificante o proprietário deveria escolher?
Por tudo o que foi dito, o ideal é sempre sugerir que seja usado um óleo com as especificações que a montadora do veículo determina no manual do proprietário. Dessa forma, não há erro, pois o produto será compatível com o funcionamento do motor e com as capacidades e necessidades do modelo.