Auroville – A cidade sem políticos e classes sociais que é governada pelas pessoas
- Redação Hypeness
- 28 de dez. de 2018
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A utopia cantada por John Lennon na canção Imagine, de um mundo sem posses, países, religião, fome ou cobiça, pode estar ainda longe de se tornar uma realidade para todos, mas ganha contornos possíveis, e bem sucedidos, em uma cidade localizada no sul da Índia, chamada Auroville.
Reconhecida oficialmente como cidade tanto pelo governo indiano quanto pela Unesco, Auroville recebe, desde sua fundação, em 1968, pessoas de todo o mundo, inclusive do Brasil. A população da cidade hoje é cerca de 2 mil habitantes, mas o local tem capacidade para receber até 50 mil moradores.
Em sua inauguração, punhados de terra de 124 países foram levados até Auroville, a fim de significar o cunho extranacional e aberto da cidade.
Ainda que esteja localizada em uma região paradisíaca, e que o lazer e o prazer sejam incentivados em Auroville, todos por lá têm muito o que fazer – e recebem um salário de cerca de R$ 405 por mês, valor mais do que suficiente para os custos de vida e ainda para se guardar um pouco para emergências.

A cidade, totalmente autossustentável, possui escola, restaurantes, padarias, hospitais, cinemas e lojas. Ainda, portanto, que seja possível acumular dinheiro em Auroville, não há muito o que se comprar. Ninguém anda de carro – na cidade,somente bicicletas e motos – e o estilo de vida não inclui muito espaço para ostentação e consumismo.

O mais interessante de Auroville, porém, são suas bases políticas. Não há cargos públicos ou hierarquias governamentais – bem, não há sequer governo ou eleitos. Diante de cada dilema ou proposta social que a cidade atravessa, um conselho geral se reúne, no qual são delegados membros para resolver o que estiver em debate.
Além disso, não existe religião oficial, nem qualquer mistura possível entre o “estado” e a religiosidade individual dos moradores. Contanto que não preguem, persigam ou incomodem outros moradores, cada um é livre para exercer a religião que quiser – ou não exercer nenhuma.
