China pede aos EUA para manterem distância da crise na Venezuela
A China pediu aos Estados Unidos que se mantenham fora da crise política atual na Venezuela e disse que se opõe a qualquer intervenção estrangeira no país. "Esperamos que a Venezuela e os Estados Unidos possam se respeitar e tratar um ao outro com igualdade, e lidar com suas relações baseadas na não interferência nos assuntos internos de cada um", sustentou a porta-voz do ministério do Exterior chinês, Hua Chunying. Hua acrescentou que todos os envolvidos no conflito devem buscar uma solução política para o caso por meio "do diálogo pacífico dentro da enquadramento da Constituição venezuelana".
Na última década, a China destinou à Venezuela US$ 65 bilhões em empréstimos, recursos e investimentos. A Venezuela deve mais de US$ 20 bilhões. O Irã, por sua vez, denunciou os eventos na Venezuela, chamando de golpe a ação da oposição no país e tentativa de tomar o poder de forma ilegal. A Rússia e a Turquia declararam apoio a Nicolás Maduro.
O Kremlin mostrou preocupação com a sugestão de possível intervenção militar na Venezuela e disse que Maduro é o líder legítimo. No início desta quinta-feira, o ministério do Exterior russo disse em nota que a crise venezuelana atingiu "um nível perigoso" e pediu que a comunidade internacional sirva de mediadora entre o governo e a oposição.
Na quarta-feira, o oposicionista Juan Guaidó se autodeclarou presidente da Venezuela, desafiando o regime de Nicolás Maduro. Brasil, Estados Unidos, Argentina, Paraguai e Chile foram alguns dos países que deram apoio a Guaidó. A Síria condenou o apoio dos EUA a Guaidó, alegando que a ação constitui "violação das leis e normas internacionais". O ministério do Exterior sírio se disse solidário com a liderança e com o povo da Venezuela "em preservar a soberania do país e frustrar os planos hostis da administração americana".
Fonte: Valor