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A Folha do Vale - Jornal e Site

Escolhi tudo do jeitinho que você gosta


Cesta de Frutas - Crédito a Unsplash / Brooke Cagle

Gostaria de não me identificar. Mas tenho um depoimento que pode ajudar as pessoas a entenderem que às vezes fazer um pequeno ato para nós pode mudar a vida do outro.


Em 2008, passei por um momento de grande dificuldade, fiquei sem ter o que comer em casa. Morava sozinho e tinha ficado desempregado e começara a pouco tempo em um novo trabalho. Faltava dinheiro para ir para faculdade, para necessidades básicas e eu estava devendo na cantina da empresa, esperando ansiosamente o salário para liquidar a dívida dos almoços que eram as melhores refeições. O mundo estava caindo e eu não percebia.


Achava que havia solução. Pedia muito a Deus que me ajudasse e seguia em frente. Passei a ir para o trabalho a pé, para economizar o vale transporte e poder ir para faculdade, era o último período, de vez em quando visitava um amigo para poder comer algo (digo sem vergonha, pois eu pedia mesmo) e seguia confiante, pois sempre fui um cara alegre e de fé.


A minha melhor amiga percebeu que algo estava diferente. Apesar de eu tentar, nem sempre a gente consegue esconder dos que conhecem bem nosso sorriso e o meu era de preocupação.


Ela me pôs no carro, me levou pra casa, senão iria a pé e ao chegar ela disse: “Eu te conheço, algo está errado, fala…” Eu desabafei, não poupei uma palavra. Vomitei todo meu desespero. Ela me abraçou, chorou comigo e disse estar chateada por eu ter escondido isso dela. Foi um bálsamo.


Fui pra casa grato a Deus por ter tido a chance de desabafar. Um tempo depois o telefone toca e ela com voz de choro disse: “Desce aqui, esqueci de te entregar algo.”


Ao descer meio sonolento, pois era tarde da noite, ela estava com a mala do carro aberta cheia de sacolas de supermercado, um estoque imenso de frutas, verduras, itens que não tinha nem como comprar naquela “pindaíba”.


Nos só chorávamos e eu queria agradecer, mas antes de falar ela: “não diga nada, quando puder, faça isso por alguém”. As vezes a gente só precisa abrir os olhos para ver o outro. Pergunte sempre se está tudo bem e se perceber algo errado, ofereça seus ouvidos, seu ombro e se puder, faça algo mais. O mais lindo de tudo foi ouvir: “Escolhi tudo do jeitinho que você gosta.“Obrigado, minha amiga. Te amo pra sempre!


Ser o outro alguém


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