top of page
GUPET.jpg
MÍDIA DA CASTERLEITE ATUALIZADA_edited.jpg
95090b_c4ed513d5c6c4c7ab4c88326c9ab528b~mv2.png
MIDIA JORNAL A FOLHA DO VALE DISK PRÁTIC
Guia Digital da Cidade_edited.jpg
Mandala%20do%20L%C3%ADrio_edited.jpg

Integração Ativa, no Guia Digital da Cidade:

A Folha do Vale - Jornal e Site

Vizinhos se unem e transformam canteiro vazio em uma linda praça


Moradores do bairro Vila Cruzeiro, na zona sul de São Paulo, se uniram para dar vida nova a um grande terreno descampado ao lado de uma ponte recém construída na cidade. Juntos, eles desenvolveram a praça do zero. Hoje ela conta com horta comunitária, composteira, pista de caminhada, bancos, espaço para cachorros, parquinho para crianças e até mesmo uma mini-floresta com mais de 320 árvores nativas da Mata Atlântica.


Como tudo começou

No ano passado (2018), São Paulo ganhou novas vias, incluindo uma ponte sobre o Rio Pinheiros, ligando o bairro da Vila Cruzeiro ao Panamby. Durante as obras da ponte Laguna, um terreno ao lado foi utilizado como canteiro de obras, ficando vazio após o término da construção. O local, que possui mais de nove mil metros quadrados, recebeu apenas um gramado da prefeitura, virando um grande descampado e um ponto viciado de descarte de entulho, lixo e também de venda e uso de drogas.

Preocupados com essa situação, o casal de arquitetos Sônia Maria da Silva e Marcos Vieira, que moram em um condomínio em frente ao terreno, decidiram tomar uma atitude e se reunir a outros moradores para desenvolver um projeto de uma praça e levá-lo até a prefeitura.


Na ocasião, a subprefeitura de Santo Amaro informou que infelizmente estava sem recursos para implementar a praça no local, porém, disse que se eles desenvolvessem um projeto comunitário, poderiam ajudá-los a conseguir a concessão da área por um certo período e ajudar na manutenção. O grupo então decidiu seguir em frente: “Nós fizemos o projeto, levamos para a subprefeitura e depois começamos a demarcar o local com barbante e cal mesmo. Já no dia seguinte retiramos a grama de onde ficariam os caminhos”, disse Sônia.


A arquiteta conta que haviam muitas ideias para o local, porém o grupo estava sem recursos para viabilizá-las. Foi então que mais e mais pessoas se uniram ao projeto, batizado de Nossa Praça. Foram feitas então reuniões em condomínios vizinhos, conversas nas escolas e comércios locais, e até mesmo, perfis para redes sociais.



Assim, diversos voluntários se mobilizaram para ajudar em diferentes setores: na parte jurídica, na contabilidade, na comunicação, alguns com doações ou buscando patrocínios e eventos, e muitos colocando a mão na massa mesmo durante os mutirões.


Os p

rimeiros equipamentos construídos na praça foram uma horta comunitária e um espaço cercado para cães, ambos feitos com doações de algumas construtoras da região. “Uma doou os blocos, outra doou a tela, e nós fomos montando aos finais de semana.” A turma ainda buscou material de reaproveitamento, como corpos de prova de concreto, que foram usados para cercar os canteiros das hortas. O material é considerado um descarte pela indústria do cimento.


“Com isso acontecendo, vieram muitas pessoas queridas que se identificaram com a causa, como a Sueli Rodrigues, que hoje cuida da horta com tanto carinho.” A praça ganhou também uma composteira que recebe todos os materiais orgânicos, como folhas, galhos e podas, se transformando em um rico adubo que volta para a praça e também pode ser utilizado pela comunidade. O grupo também instalou três reservatórios de água para irrigação. Eles são abastecidos por caminhão pipa e o grupo que financia o valor.


Parquinho

Até mesmo a filha de Sônia, Ana Luisa, de apenas 10 anos, contribuiu para desenvolver o projeto. Ela decidiu vender as queijadinhas da sua avó em uma barraquinha na calçada para comprar o primeiro brinquedo do parquinho. Durante a venda, outras crianças e senhoras do bairro se identificaram com a causa e se ofereceram para trazer outros quitutes para serem comercializados, como brigadeiro, geladinho e bolachinhas.


“Ela conseguiu juntar o dinheiro para comprar um balanço em apenas dois meses! Com isso, outras famílias se comoveram e fizeram doações, e então nós conseguimos montar o playground com quase todos os brinquedos.” A praça ainda ganhou de uma empresa local, um gazebo para piquenique e diversos bancos de doações da comunidade.

Foram plantadas árvores frutíferas nativas e raras, que atraem pássaros; flores que atraem polinizadores; e algumas espécies que já são consideradas em extinção, ou até mesmo extintas. Desta forma, a Floresta de Bolso tenta reconstituir o bioma que havia no local, que era a várzea do Rio Pinheiros. O plantio foi feito com a ajuda de diversos coletivos e voluntários.


Após apenas 8 meses do início do projeto, a praça está hoje cheia de vida, com pessoas praticando esportes, crianças brincando e cachorros passeando. Além disso, os finais de semana são regados a food-trucks, feirinhas e eventos com diversas atrações. No local há até mesmo um serviço de aluguel de bicicletas e triciclos. Como a ponte Laguna possui ciclovia, é possível pedalar até a outra margem chegando ao Parque Burle Max, um passeio muito gostoso com uma vista privilegiada.


A iniciativa da Nossa Praça nos ensina de forma simples como a gentileza e o senso de cuidado com a comunidade são contagiosos. O bom exemplo e a atitude, são de fato melhores do que qualquer palavra. Já imaginou se esse grupo não tivesse feito nada a respeito daquele terreno?


P.09 DA ED_edited.jpg
bottom of page