A decisão da Anvisa de liberar a produção e a comercialização de remédios à base de canabidiol foi elogiada por neurologistas, médicos da principal especialidade em que o princípio ativo é utilizado para tratar doenças.
Para os especialistas, a medida facilita o acesso e pode reduzir os custos para os pacientes. “Hoje, o processo de importação é demorado. A Anvisa demora de 45 a 60 dias para liberar a autorização. Com a nova regulamentação, o processo será muito mais ágil”, afirmou Saulo Nardy Nader, neurologista do Hospital Albert Einstein, de São Paulo.
Para Sonia Brucki, integrante da Academia Brasileira de Neurologia, a permissão para que parte da produção ocorra em território nacional deverá baratear o produto. “Ainda é um medicamento muito caro para o paciente. A tendência é que fique mais acessível”, destacou.
Os especialistas acreditam ainda que a nova regulamentação pode fomentar mais pesquisas científicas sobre os efeitos do composto no tratamento de doenças.
Doenças controladas com medicamentos à base de maconha
Produtos à base de maconha têm sido usados mais frequentemente no tratamento de doenças e síndromes neurológicas graves, para as quais os tratamentos existentes nem sempre apresentam bons resultados como, por exemplo, epilepsias de difícil controle.
Estudos científicos têm apontado efeitos positivos para tratar as seguintes doenças:
Autismo;
Dor crônica;
Epilepsia Refratária – Tipo de epilepsia em que as crises convulsivas são de difícil controle;
Síndrome de Dravet – Problema genético que causa numerosas crises convulsivas;
Doença de Huntington – Síndrome que compromete funções motoras e cognitivas;
Síndrome de Tourette – Distúrbio caracterizado por movimentos repetitivos incontroláveis;
Doença de Crohn – Inflamação crônica do intestino;
Esclerose Múltipla;
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) – Doenças neurodegenerativas.
General
Assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o ex-comandante do Exército general Eduardo Villas Bôas disse que “é favorável” ao aval dado ao canabidiol, mas contrário à liberação do plantio. “A fiscalização seria difícil.” Diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) em 2016, ele já teve recomendação de uso do canabidiol – mas não usa o produto.
Fonte: Bruna Sabarense | Metrópoles