Segundo dados da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) realizada pelo IBGE, quase a metade da população com 18 anos ou mais do país (46%) é sedentária; 28,9% assistem a três horas ou mais de televisão por dia e 15% fumam ou usam produtos derivados do tabaco.
Além da tendência ao sedentarismo e do apreço pela televisão e pelo cigarro, o IBGE também mostra um Brasil em que quase um quarto da população consome bebidas alcóolicas regularmente. Ao menos 24% da população adulta disse beber uma vez ou mais por semana, sendo que homens bebem quase três vezes mais que as mulheres - 36,3% contra 13%. A pesquisa mostra também que 24,3% das pessoas com 18 anos ou mais que dirigem admitiram ter conduzido carro ou motocicleta depois de ingerir bebidas alcoólicas.
Isso explica porque o número de óbitos na população masculina é percentualmente maior e mais precoce do que na população feminina. Pois além da resistência cultural do homem em buscar acompanhamento médico para problemas de saúde, esse perfil populacional é o que mais sofre acidentes de trânsito e que mais sofre de mortes violentas.
Tudo isso não pode ser entendido de forma desvinculada do contexto social, político, econômico e cultural em que a população vive. E neste contexto estão inclusas as relações de produção. Basta associar que acidentes de trânsito se vinculam tanto com a pressa e correria imposta ao dia-a-dia "produtivo", que impõe o uso constante do veículo associado com a falta de tempo quanto o fetiche da mercadoria (já que o consumo é o sustentáculo do sistema), de modo que carro, além de meio de transporte, é símbolo de status e poder, meio de externalizar a irresponsabilidade e principalmente a competitividade tida como natural na atual sociedade. E para acrescentar só mais uma variável, a questão do trânsito e seus acidentes, repousa também nas políticas públicas, na forma de projetar as cidades e suas estruturas, na insuficiência e na qualidade do transporte coletivo. Ou seja, nada é apenas pessoal, mas entrelaçado de questões sociais, em sua totalidade e em suas contradições.
Fonte: varrendoasala.wordpress.com/
É óbvio que as pessoas estão mais sedentárias. Trabalham mais de 8 horas por dia em frente a um computador ou sentados em alguma linha de produção.
Soma-se a isso mais umas 3 horas sentado no carro ou no ônibus em meio ao estressante trânsito, pois ir e voltar a pé, em meio a expansão urbana e devido a distância entre as zonas residenciais e as zonas comerciais ou industriais, se torna inviável. Utilizar meios alternativos como a bicicleta, se torna restritivo devido a falta de estrutura urbana, à topografia da maioria das cidades e à falta de respeito de outros condutores, pretensamente justificada pela falta de tempo.
A alternativa que resta, para reduzir um dos deslocamentos, é utilizar o horário do almoço para saborear longe da casa, um nutritivo fast-food, ou para alguns, se valer dos refeitórios oferecidos pelas empresas, os quais permitem que, mesmo no horário do descanso, os funcionários estejam devidamente organizados em equipe para discutir melhorias e soluções para a elevação da produtividade e dos lucros, afinal, nunca se saber quando virá uma ideia criativa.