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Ministério da Saúde

Brucelose Humana: causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção


O que é Brucelose Humana?


A brucelose humana é uma doença que pode ser transmitida ao ser humano por animais terrestres e aquáticos infectados. Na maioria das vezes, a doença é transmitida ao homem por contato direto ou indireto com animais e seus produtos derivados contaminados. Os seres humanos são apenas alguns dos possíveis hospedeiros. Neste caso, hospedeiros finais. Considerada uma das zoonoses mais comuns do planeta, de ampla distribuição e significância mundial, apresenta alta prevalência em alguns países e regiões, como a América do Sul.


IMPORTANTE: Embora a brucelose humana chame atenção dos sistemas de saúde em todo o mundo por ser uma doença que apresenta importantes impactos, desde o ponto de vista ocupacional, problemas sanitários e até prejuízos econômicos, ela ainda é pouco conhecida, de difícil diagnóstico, subnotificada e negligenciada.


O que causa a Brucelose Humana?


A brucelose humana é causada por bactérias do gênero Brucella spp. da família Brucellaceae. Possui alta prevalência em ambientes ocupacionais e é citada na lista de doenças relacionadas ao trabalho, segundo a Portaria nº 1.339/1999, do Ministério da Saúde.


A doença, que é responsável por incapacidade para o trabalho ou diminuição do rendimento profissional, atinge principalmente trabalhadores que manejam animais e da cadeia de produção de laticínios, carnes e seus derivados.

Como a bactéria possui múltiplas rotas de infecção, sendo que os mamíferos são os principais hospedeiros naturais, gera um cenário de difícil controle e de real ameaça para a saúde pública, qualidade de vida e sobrevivência de pessoas e animais.


De forma geral, a doença acomete com maior frequência aos trabalhadores rurais (ex: vaqueiros, boiadeiros, vacinadores, tratadores de animais, produtores de carne, leite e queijo), veterinários, trabalhadores de frigorifico (ex. abatedores) e trabalhadores de laboratórios.


Quais são os sintomas da Brucelose Humana?


Com a capacidade para afetar diversos órgãos e sistemas, a brucelose humana pode simular ou se assemelhar a outras infecções e doenças não infecciosas. Alguns dos sinais e sintomas mais comuns são:


  • Febre;

  • Mal-estar;

  • Sudorese (noturna e profusa);

  • Calafrios;

  • Fraqueza;

  • Cansaço;

  • Perda de peso;

  • Dores (de cabeça, articulares, musculares, no abdômen e nas costas)


Por serem sinais e sintomas comuns a outras doenças, isso pode dificultar o diagnóstico. No entanto, a doença pode causar sintomas inespecíficos ou gerar uma infecção sem sintomas nos pacientes.


O período de incubação da brucelose humana varia entre 5 e 60 dias, podendo durar por até dois anos.


Como é feito o diagnóstico da Brucelose Humana?


Devido às características próprias da doença, muitos casos não são identificados em razão de diagnósticos imprecisos. Por isso, muitas vezes, é tratada como outras doenças ou "febre de origem desconhecida". Diante disso, é de extrema importância realizar a investigação epidemiológica e sanitária, para avaliar uma possível vinculação e exposição no ambiente de trabalho do paciente, além do consumo de alimentos lácteos sem tratamento térmico adequado, como a pasteurização e a fervura.


Os testes laboratoriais são necessários para confirmar o diagnóstico, sendo utilizados diversos métodos de análise, como a cultura da bactéria, sorologia e PCR. O exame de sangue, nesse caso, é fundamental.


Como é feito o tratamento da Brucelose Humana?


O tratamento da brucelose humana é feito com antibióticos. Se a doença não for tratada adequadamente, pode se tornar crônica. Por isso, assim que surgirem os primeiros sintomas é essencial procurar um médico profissional para avaliação detalhada do quadro.


O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento gratuito da brucelose humana aos estados e seus municípios. Os medicamentos da terapia antibacteriana poderão ser receitados após avaliação médica e confirmação do diagnóstico por exames laboratoriais.


Como ocorre a transmissão da Brucelose Humana?


A brucelose pode ser transmitida aos seres humanos de diversas formas, sendo uma das principais, pela via alimentar (ingestão de alimentos sólidos ou líquidos contaminados), como:


  • leite não pasteurizado;

  • produtos lácteos contaminados, como queijo e manteiga e sorvetes;

  • carne mal passada ou crua.


Além da transmissão pela via alimentar, a brucelose pode ser transmitida pelo contato direto ou indireto com animais infectados. Outra forma de transmissão é por via respiratória, com a inalação de bactérias em ambientes contaminados. Pode ocorrer, ainda, a inoculação vacinal acidental do patógeno, pela vacina animal (Brucella abortus cepas B19 e RB51).


O contato com animais infectados, como gado bovino e bubalino, ovelhas, cabras, porcos, cavalos e cães, entre outros, pode gerar uma situação de exposição, assim como ambientes de trabalho com exposição a material biológico.


Outras formas de transmissão, como sexual, congênita ou a partir de transfusão sanguínea e transplantes de órgãos ou tecidos são raras, mas também podem ocorrer.


Gravidez e a Brucelose Humana


A infeção por brucelose humana durante a gravidez é rara, mas pode causar aborto, particularmente, durante o primeiro e o segundo trimestres. Sendo assim, mulheres devem receber tratamento médico imediato e as gestantes devem fazer o pré-natal adequadamente.


Como prevenir a Brucelose Humana?


Não existe vacina efetiva. Entre outras medidas, a prevenção da brucelose humana pode ocorrer com o controle ou eliminação da doença na população animal hospedeira. Diariamente, deve-se evitar o contato direto ou indireto com animais doentes ou potencialmente contaminados e seus produtos derivados. Outras medidas importantes para evitar a doença são:

  • Consumir apenas leite fervido ou pasteurizado.

  • Consumir derivados de leite preparados com leite fervido ou pasteurizado.

  • Consumir carne, vísceras e derivados de carne sempre bem cozidas.

  • Manter uma boa higiene e desinfecção dos locais de produção animal e de produtos derivados (galpões onde os animais são ordenhados, piquetes, locais onde ocorrem partos ou permanece o animal prenhe ou em tratamento sanitário, frigoríficos, açougues, matadouros e outras áreas potencialmente contaminadas pela circulação de gado).

  • Estas medidas devem estar em consonância com o que é preconizado pela legislação específica, ou seja, o Regulamento de Inspeção Industrial de Produtos de Origem Animal (RIISPOA) e o Manual de Legislação de Saúde Animal, ambos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

  • Utilizar corretamente os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) determinados para cada atividade laboral específica (durante o manejo de animais, vacinação ou manipulação de elementos passíveis de conter as bactérias causadoras da brucelose).

  • Seguir as normas de biossegurança.

  • Fazer o pré-natal adequadamente, no caso das gestantes.

  • Não alimentar cães e outros animais com produtos de origem animal crus (cárneos e outros).


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