O alerta de cientistas para evitar o desaparecimento de insetos
Temer o fim absoluto dos insetos é um exagero, dizem pesquisadores, mas populações estão em declínio, e agir agora pode ajudar a salvá-las.
Cientistas criam roteiro de ações imediatas, com agricultura tendo papel-chave.Cientistas de diferentes países se uniram para pedir, por meio de um artigo na revista Nature Ecology and Evolution, ações imediatas para a preservação dos insetos, além de medidas que melhorem os ecossistemas e a sociedade em geral.
Segundo os 75 pesquisadores que assinam o roteiro de ações, a eliminação gradual de pesticidas e a diversificação das terras agrícolas, por exemplo, podem ajudar a salvar espécies ameaçadas. "Nós colhemos o que plantamos", disse Jeff Harvey, ecologista do Instituto de Ecologia da Holanda e principal autor do documento.
"É óbvio que o declínio de insetos afetará outras espécies da cadeia alimentar, e não podemos colocar pequenos curativos nisso." A biodiversidade da Terra está diminuindo a uma escala sem precedentes. Enquanto isso, os dados populacionais sobre insetos ainda são irregulares.
Ainda assim, para os autores do texto, é possível e necessário agir de imediato, ajudando ecossistemas mesmo que não seja possível comprovar benefícios para espécies isoladamente.
"Apocalipse de insetos” No ano passado, um artigo publicado na revista Biological Conservation gerou manchetes anunciando um "apocalipse de insetos" e o "colapso da natureza", ao constatar que 40% das espécies de insetos poderiam estar sob ameaça de extinção em algumas décadas. Alguns especialistas criticaram o artigo pelo uso de termos tendenciosos e por avaliar mal o risco de extinção.
Uma análise preliminar do governo na semana passada descobriu que os incêndios queimaram mais da metade do habitat de 114 espécies ameaçadas.
Entre elas está a cochonilha, um inseto em perigo de extinção que se acredita viver apenas em um único tipo de arbusto, vulnerável a doenças, incêndios e mudanças climáticas. É uma das quatro espécies de insetos em uma lista de 327 espécies vulneráveis que viram pelo menos 10% de seu habitat conhecido afetado pelos incêndios.