A importância das artes visuais na educação pública
Em uma sala de aula cheia de cores e pincéis, uma criança que antes tinha dificuldades para se expressar encontra na arte um novo caminho para comunicar seus sentimentos e ideias. Estudos indicam que alunos envolvidos em atividades artísticas têm um desempenho até 15% melhor em disciplinas como matemática e leitura, além de desenvolverem maior capacidade de resolução de problemas e pensamento crítico. No entanto, apesar de seus inúmeros benefícios, às artes visuais ainda são subestimadas no currículo escolar. Muito mais do que um complemento, elas desempenham um papel essencial na formação de indivíduos criativos, sensíveis e preparados para os desafios da sociedade.

Autores como Viktor Lowenfeld, em "Desenvolvimento da Capacidade Criadora", destacam a importância das artes para o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças. Já Paulo Freire enfatiza a necessidade de uma educação que inclua a arte como forma de expressão e reflexão crítica.
A arte também promove inclusão e valorização da diversidade, permitindo que alunos de diferentes origens e habilidades se expressem e se conectem. Através dela, encontram um espaço de acolhimento e reconhecimento, favorecendo o respeito às diferenças e a construção de uma comunidade escolar mais colaborativa.
A Escola Estadual Profª. Fátima Gaiotto Sampaio, em Nova Andradina, destaca-se ao demonstrar como a arte pode transformar a educação. Por meio do projeto ‘Arte na Escola’, que integra disciplinas artísticas a outras áreas do conhecimento, a instituição fortalece o protagonismo dos alunos, suas habilidades socioemocionais e promove um ambiente acolhedor e colaborativo.
O professor, nesse contexto, assume um papel de mediador e facilitador da aprendizagem, estimulando metodologias ativas e incentivando a autonomia e o pensamento criativo dos estudantes. A arte também se torna uma poderosa ferramenta de inclusão, permitindo que alunos com necessidades especiais se expressem por meio da música, pintura ou teatro. Além disso, valoriza a diversidade cultural ao explorar manifestações artísticas de diferentes povos, promovendo o respeito e o pertencimento.
Para que essa abordagem seja eficaz, é essencial investir na formação docente e no acesso a recursos que possibilitem a adaptação das atividades às necessidades de cada estudante. Assim, a arte se consolida como um caminho para uma educação mais inclusiva, sensível e inovadora.
O autor Elliot Eisner defende que a arte desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da percepção, intuição e sensibilidade dos estudantes, ampliando sua capacidade de interpretar o mundo ao seu redor. Segundo ele, essa formação estética e cognitiva não apenas enriquece o aprendizado, mas também prepara os alunos para enfrentar desafios complexos na vida adulta, estimulando a criatividade, a flexibilidade de pensamento e a tomada de decisões em contextos diversos.

As artes visuais são um direito essencial dos estudantes e fundamentais para formar cidadãos completos e conscientes. Investir nessa disciplina é crucial para liberar o potencial criativo dos alunos e transformar a educação. É urgente que as escolas reconheçam a arte como uma ferramenta vital, garantindo uma formação mais inclusiva, inovadora e capaz de enfrentar os desafios do futuro.
Jéssica Lima é graduada em Artes Visuais e atua como professora de arte, com ênfase em pintura em tela e mural. Com ampla experiência no ensino e na prática artística, dedica-se a inspirar seus alunos a explorarem a criatividade e a transformarem espaços por meio da arte.
Por: Jéssica Lima | Encaminhado à publicação por Soraya Ludmila Medeiros
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