A campanha “Julho Amarelo: mês de luta contra as hepatites virais”, teve uma ação local, em Castanheira, no PSF Urbano, no Bairro Guadalupe. Uma equipe multidisciplinar daquela unidade básica de saúde realizou um trabalho de conscientização sobre as hepatites virais, enfatizando a importância da imunização, atualização do cartão de vacinação e prevenção através do uso de preservativos. Também foram oferecidos testes rápidos de Hepatite B, Hepatite C, Sífilis e HIV, sob a ótica que “a prevenção é a melhor solução”.
A Campanha A campanha, em curso em todo território nacional, tem por finalidade reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. O uso da cor amarela está ligado a um dos sintomas característicos da hepatite – pele e os olhos amarelados. Além disto julho foi escolhido porque no dia 28 celebra-se o Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais, data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A doença A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ter diversas causas: infecção por vírus, uso de medicamentos, uso de álcool e outras drogas, doenças autoimunes, doenças metabólicas ou doenças genéticas. Alguns dos sintomas mais comuns são: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. As hepatites virais, são causadas por vírus classificados pelas letras do alfabeto em A, B, C, D (Delta) e E. As mais comuns no Brasil são as do tipo A, B e C; com menor frequência, o vírus da hepatite D ocorre mais comumente na região Norte do país; já o tipo E é o menos frequente. Para todos os tipos de hepatites virais o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diagnóstico e tratamento gratuitos.
Transmissão:
As hepatites virais podem ser transmitidas pelo contágio fecal-oral, especialmente em locais com condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos; pela relação sexual desprotegida; pelo contato com sangue contaminado, através do compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos perfuro-cortantes; da mãe para o filho durante a gravidez (transmissão vertical), e por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados.
O contágio via transfusão de sangue já foi muito comum no passado, mas, atualmente é considerado raro, tendo em vista o maior controle e a melhoria das tecnologias de triagem de doadores, além da utilização de sistemas de controle de qualidade mais eficientes.
Tratamento:
O manejo clínico das hepatites virais em toda a rede de assistência à saúde, no SUS, é estabelecido por meio de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), que são regularmente atualizados em conformidade com as novas evidências científicas e tecnologias disponibilizadas mundialmente.
O tratamento da doença varia de acordo com o estágio e tipo de infecção. Em casos de hepatite A, repouso, dieta pobre em gorduras e sem bebidas alcoólicas, são suficientes para a maioria dos pacientes. Para os infectados com o tipo C, constitui-se em procedimento de maior complexidade, devendo ser realizado em serviços especializados.
Todas as hepatites virais devem ser acompanhadas pelos profissionais de saúde.
Prevenção das hepatites
Tipo A: é a que tem o maior número de casos e está diretamente relacionada às condições de saneamento básico e de higiene. É uma infecção leve e se cura sozinha.
– A vacina contra a hepatite A é altamente eficaz e segura, sendo a principal medida de prevenção;
– Lavar as mãos com frequência, especialmente após o uso do sanitário, trocar fraldas e antes do preparo de alimentos;
– Utilizar água tratada, clorada ou fervida, para lavar os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;
– Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes;
– Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;
– Usar instalações sanitárias;
– No caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tais como a desinfecção de objetos, bancadas e chão, utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária;
– Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto;
– Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios;
Usar preservativos e higienizar as mãos, genitália, períneo e região anal, antes e após as relações sexuais.
Tipo B: é o segundo tipo com maior incidência; atinge maior proporção de transmissão por via sexual e contato sanguíneo.
A vacina é a principal medida de prevenção contra a hepatite B, sendo extremamente eficaz e segura; usar preservativo em todas as relações sexuais; não compartilhar objetos de uso pessoal, tais como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings. A testagem das mulheres grávidas ou com intenção de engravidar também é fundamental para prevenir a transmissão de mãe para o bebê. A profilaxia para a criança após o nascimento reduz drasticamente o risco de transmissão vertical.
Tipo C: é considerada a maior epidemia da humanidade hoje, cinco vezes superior à AIDS/HIV. A doença pode causar cirrose, câncer de fígado e morte, sendo a principal causa de transplantes de fígado.
Não existe vacina contra a hepatite C. Para evitar a infecção é importante tomar as seguintes medidas protetivas:
Não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente, etc.); usar preservativo nas relações sexuais; não compartilhar quaisquer objetos utilizados para o uso de drogas; toda mulher grávida precisa fazer no pré-natal os exames para detectar as hepatites B e C, HIV e sífilis. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. O tratamento da hepatite C não está indicado para gestantes, mas após o parto a mulher deverá ser tratada.
Tipo D: ocorre em pacientes já infectados com a hepatite do tipo B e, portanto, a vacina contra o tipo B, protege também contra o D.
Tipo E: transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), provocando grandes epidemias em certas regiões. A hepatite E não se torna crônica, porém, mulheres grávidas que forem infectadas podem apresentar formas mais graves da doença.
A melhor forma de preveni-la é por meio da melhoria das condições de saneamento básico e de higiene, tais como as medidas que previnem a hepatite do tipo A.
As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Seu impacto acarreta em aproximadamente 1,4 milhões de mortes anualmente no mundo, seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose associada às hepatites. A taxa de mortalidade da hepatite C, por exemplo, pode ser comparada a do HIV e a da tuberculose.
Com o objetivo de conscientizar a todos sobre as medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento, a Lei nº 13.802/2019, alterada pela Lei nº 14.613/2003, instituiu a campanha “Julho Amarelo”, período em que devem ser efetivadas ações relacionadas à luta contra a doença.
Sec. Municipal de Saúde | Informações Ministério da Saúde
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